Quando a gente fala a palavra vício, automaticamente a gente lembra de drogas, álcool, cigarro e é como se vício fosse só isso.
Mas acontece que todos temos algum tipo de vício, infelizmente.
Pode ser o da língua, aquele que a gente não consegue viver sem falar da vida dos outros.
Pode ser por açúcar e seus derivados.
Por comida.
Por sexo.
Por estudos.
Por compras independente do produto, o importante é comprar.
E por aí vai.
Mas de onde surgem todos esses vícios?
Porque se pararmos para pensar, até o início do século XX as pessoas compravam por necessidade, ou seja, comprava um par de sapatos usava até acabar e depois comprava outro.
É claro que essa época também tinha suas mazelas, mas essa necessidade viciante de consumo apareceu apenas após o século XX, mas precisamente após a 1ª guerra mundial.
E ela não surgiu de forma natural através do povo, ela foi criada de forma estratégica através da manipulação das massas.
Nesta época Freud já tinha seus estudos sobre a mente humana bem encaminhados, e seu sobrinho Edward Louis Bernays o pai das relações públicas, usou com originalidade estes estudos para criar uma sociedade(doente e iludida) de consumo voraz.
Bernays acreditava que as pessoas eram irracionais, ou seja, elas precisavam ser guiadas por um grupo seleto de pessoas cultas que pensariam por todos.
E esses cultos eram seus clientes, claro!
E seus clientes eram banqueiros, políticos, atrizes, ou seja, os ricos dos EUA do início do século XX (que por incrível que parece, continuam sendo hoje em dia).
Através dos estudos de seu tio sobre psicanálise, Bernays conseguiu manipular a massa americana, que vive hoje em uma sociedade do Ego.
Ele plantou a semente, e ela floresceu com seus seguidores que aprimoraram até chegarmos nos dias de hoje.
Nesse vício desenfreado por consumir o tempo todo, sem pensar nas consequências que isso gera.
Todo o marketing está baseado nessa semente de Bernays, e conforme eu estudo eu vejo como a coisa só foi ficando pior, e o quanto estamos imersos em uma sociedade doente e completamente viciada.
Em que?
Em tudo que gera desequilíbrio, porque para o capitalismo, para o mercado, quanto mais desequilibrados estamos, mais caímos nas armadilhas de consumo, e o ciclo vicioso não termina.
A expressão “Orai e Vigiai” nunca fez tanto sentido.
Para essa expressão, diz de observar a mim mesma e ao que acontece à minha volta e no mundo, e como isso reflete na minha vida.
Parece meio filosófico, mas a única forma de sair do ciclo do vício é observando e agindo a partir desta observação verdadeira e natural, de você com você mesmo.
Se você quiser saber mais sobre a história da manipulação de massas, assista a este documentário “A História da manipulação em massa”, ele é longo mas vale a pena.
Ariane Novaes