Quanto amor pode caber no ódio?
Quantas palavras deixam de ser ditas….
Quantas emoções de serem sentidas.
A vida é o que é!
Não escolhemos nossa família, pai, mãe, irmãos…A vida escolhe pela gente.
Não criamos a nossa história, a história nos cria.
Crescemos pensando “e se”…
Minha mãe fosse assim.
Meu pai fosse assado.
Se o vício não estivesse na família.
Se minha mãe não fosse mãe solteira.
Se meu pai não tivesse me abandonado.
Se eu não tivesse irmãos.
Ou se eu tivesse irmãos.
Colocamos nossos pais no papel de Deuses que não podem errar.
Esquecemos que são humanos, imperfeitos cheios de “e se”.
Que também tem suas histórias mal resolvidas com seus pais, que também tem suas histórias mal resolvidas com os seus…e por aí vai.
E no Rio da vida, todos estamos tentando viver/nadar, cada um a sua maneira.
Não é sobre esquecer cada bronca desnecessária, cada abandono, cada tristeza, cada falta…
É sobre aceitar a nossa história como ela é, e não fantasiar como gostaríamos que fosse.
E seguir em frente construindo a nossa e dando nosso melhor, mesmo que aos olhos dos outros seja o pior.
É sobre vivermos um dia de cada vez, se descobrindo, sentindo, evoluindo, chorando, perdoando, pedindo perdão.
É sobre entender que estamos todos aqui com um único objetivo, amar e sermos amados.
E que todo resto é distração.
Simples de dizer e de enxergar, mas difícil de viver.
Mesmo Rio da autora Elisama Santos, nós convida a mergulhar em nós mesmos.
Cada frase e capítulo, nos leva a analisar a nossa relação familiar.
Quais magoas guardamos? Quais invejas? Quais nossas dores e alegrias? Quais esperanças infantis ainda nutrimos como adultos?
Um livro que prende a atenção, vicia e nos faz querer ler sem parar.
O final não é feliz como nos filmes de princesas da Disney, é apenas a vida seguindo no fluxo do Rio.
Vale a pena cada minuto de leitura.
Aproveite.
Ariane Novaes
