Cada criança é única…se você é mãe ou tem contato com criança, sabe que cada uma é de um jeito.
Desde do momento do nascimento, elas já mostram alguns comportamentos…umas mais tranquilas, outras mais agitadas e por aí vai.
Não precisa de nenhuma super pesquisa para concluir isso!
No entanto, a nossa cultura ocidental insiste em colocar as crianças em um lugar só, tratando todas da mesma maneira, e insistindo em dizer que são folhas em branco que deve ser preenchida pela família, sociedade e meio onde vivem.
Este texto trata da minha percepção sobre o assunto.
É apenas uma reflexão que talvez faça sentido para você ou talvez não.

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Como a criança foi tratada ao longo da história?
Eu estava lendo o livro Porque gritamos da Elisama Santos, e fiquei chocada como a criança foi tratada durante os séculos.
No livro ela conta que na época de Platão (e em torno de 400 A.C.) as crianças eram consideradas traiçoeiras, astuciosas e intratáveis, ou seja, eram como se fossem bichos selvagens que precisavam ser adestradas para viverem na sociedade da época.
Depois na Idade média só era considerado criança, aqueles seres humanos que tinham até 7 anos, depois disso elas se tornavam mini adultos, que podiam fazer tudo, inclusive participar de atos sexuais.
Já no século XVIII que a criança começou a ser vista como um ser único, que tem sua própria identidade.
Mas vamos levar em conta que tem uns 20 anos no máximo que a coisa começou a mudar mesmo.
E o que tem a ver a história com a folha em branco?
A questão é que…tudo o que acontece hoje é um reflexo do que já aconteceu um dia.
Bater em criança, pessoas obcecadas por pornografia infantil, a educação feita de forma onde a criança obedece e o adulta manda.
Tudo isso vem sendo ensinado de geração em geração, e por mais informação que temos hoje, as mudanças ainda ocorrem de forma lenta.
Coloque um post na sua rede social hoje, dizendo o seguinte:
“As crianças são como sementes que crescem a cada dia, cabe a nós pais apenas adubar e molhar”
Veja quantos amigos e familiares irão discordar!!!
A verdade é que por mais conectados que estamos, ainda olhamos as coisas e as pessoas como nossos antepassados que não tinha informação nenhuma, que só faziam para comer na maioria das vezes.
A visão de mundo que está inserida no nosso país, diz do individualismo e do manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Nesta visão, não tem espaço para sentir, para escutar e para intuição.
E se tem uma coisa que a criança faz como ninguém é sentir e escutar o coração.
Agora não é porque fomos ensinados a educar assim, que não podemos mudar.
Muito pelo contrário é minha obrigação fazer diferente, já que hoje tenho acesso a um conhecimento que meus pais não tiveram.
Assim como a próxima geração também tem o dever de olhar para trás e mudar o que precisa ser mudado.
Veja também: O que é visão de mundo africana
Uma semente de manga só pode dar manga
A criança não é uma folha em branco, porque ela é uma semente…
E uma semente de maçã não dá jabuticaba.
A criança nasce sabendo exatamente o que ela deve ser, o que acontecia e ainda hoje acontece é que nós como pais e a sociedade em geral, acham que somos nós que temos que definir quem eles serão.
A minha filha por exemplo fala alto…eu posso passar o dia falando para ela falar baixo, que ela não vai conseguir, porque isso é uma característica dela.
Agora o que eu posso e devo fazer, é ensinar ela que tem lugares que ela vai ter que se policiar e falar mais baixo.
Encaminhar, ensinar, mostrar o que certo esse é o meu papel como mãe.
Não é fácil…porque como disse vivemos em uma sociedade de visão de mundo que prega o oposto.
Mas é um trabalho possível, de formiguinha, dia após dia.
E para isso é preciso que abramos a nossa mente e principalmente o nosso coração, para sentir e intuir a nossa ação e o nosso movimento perante a vida.
Assim como eles, nós também fomos sementes, e agora somos árvores…umas maiores com vários galhos, outras com muitas flores, frutos outras altas e grandiosas.
Não importa o tamanho, o que importa é que precisamos ocupar o nosso lugar no mundo para que consigamos deixar os nossos filhos ocuparem o deles também.
E lembre que não tem lugar melhor ou maior, apenas lugar.
Ariane Novaes.